TV diz que Inglaterra escondeu 43 casos de doping no futebol
O documentário The Truth About Drugs In Footbal (A verdade sobre drogas no futebol, em tradução livre), exibido pela emissora inglesaChannel 4 na última segunda-feira, apontou que a Federação Inglesa de Futebol (FA) deixou de divulgar o doping de 43 jogadores que testaram positivo para cocaína, maconha e ecstasy (drogas sociais) desde 2003. Segundo a entidade, a atitude visa impedir a exposição dos atletas e o agravamento de suas dependências químicas.
Pelo procedimento, os jogadores eram suspensos e submetidos a programas de reabilitação química. Entretanto, os casos não eram divulgados e, nesse período da suspensão, os clubes alegavam que os jogadores flagrados no doping estavam lesionados - situação que ocorreu com o atacante escocês Garry O'Connor, atualmente no Hibernian (ESC) e que testou positivo para cocaína quando jogava pelo Birmingham, em 2010. Além dele, um "famoso meia-atacante inglês", cujo nome não foi divulgado, teria passado por situação semelhante.
Em entrevista ao Daily Mirror, Gordon Taylor, chefe da Associação dos Jogadores Profissionais da Inglaterra (PFA), alegou que o fato de não divulgar o doping de jogadores não está em desacordo com as regras da Agência Mundial Antidoping (WADA), pois os testes com drogas sociais foram feitos fora de competição.
Taylor ainda ressaltou que, apesar de não terem seus nomes divulgados, os jogadores flagrados no doping foram punidos e passaram por uma reabilitação. O dirigente ainda minimizou a informação do documentário de que, entre 2007 e 2010, 240 jogadores deixaram de realizar testes antidoping com a autorização dos clubes como Liverpool e Manchester City.
De acordo com Gordon, as entidades do futebol inglês são pioneiras em realizar testes para drogas sociais fora de competição, estando muito avançadas em relação a outros países.